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TítuloO idiota e a representação do (im)poder na literatura para a infância
Autor(es)Silva, Sara Raquel Reis da
Palavras-chaveLiteratura para a infância
Personagens
Humor
Idiota
DataFev-2015
EditoraEdições Húmus
Resumo(s)A leitura crítica de três narrativas, assinadas por autores reconhecidos da literatura portuguesa que tem a criança como preferencial destinatário, em concreto, Luísa Ducla Soares (Lisboa, 1939), Leonel Neves (1921-1996) e António Torrado (Lisboa, 1939), possibilitará o questionamento de arquétipos socioculturais ligados ao poder ou a reflexão sobre a dimensão crítica, subversiva e emancipatória de que poderá revestir-se a ficção vocacionada para a infância, protagonizada por figuras situadas nos “frágeis” limites da idiotice. Serão, assim, objecto de análise O Soldado João, de Luísa Ducla Soares (1973), O Polícia Bailarino, de Leonel Neves (1979) e O Pajem Não se Cala, de António Torrado (1992). O «espírito crítico implacável» (Rocha, 2001: 113) de Luísa Ducla Soares substantiva-se no conto referido, com a “leveza” e a discrição exigidas pelas “instruções para a literatura infantil”, impostas pelo regime estadonovista, que, aparentemente, em tempo de Guerra Colonial, não leu/quis ler o alcance (moral e, até, político) da mensagem pacifista que estrutura a narrativa, corporizada nas acções de um soldado “desestabilizador”. Distinguindo-se pela configuração humorística e por uma salutar “traquinice” (idem, ibidem: 104), o texto de Neves não deixa também de ser a expressão da desformalização inesperada do poder e da ordem, aliada ao elogio da alegria e da tolerância. Na novela de Torrado, decorrente de uma especial dinâmica intertextual, porque dá continuidade ao célebre conto dinamarquês O Traje Novo do Rei/O Fato Novo do Imperador, de H. C. Andersen, o menino, que, na sua pureza se atreve a dizer que o rei vai nu, é tornado pajem de confiança do Rei e a sua voz continua a perturbar pela Verdade. Em todos, a activação de mecanismos desencadeadores do humor, a ironia, o equívoco ou a exploração criativa de ambiguidades, por exemplo, servem o desenho de figuras cuja idiotice se associa não apenas à bonomia e à inocência, mas também a uma singular clarividência, fundada numa consciência moral e eivada de significados éticos.
TipoCapítulo de livro
URIhttps://hdl.handle.net/1822/56746
ISBN978-989-755-115-4
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:CIEC - Livros e Capítulos de Livros

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