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https://hdl.handle.net/1822/9875
Título: | Anaerobic co-digestion of organic wastes |
Autor(es): | Neves, L. |
Orientador(es): | Alves, M. M. Oliveira, Rosário |
Data: | 9-Out-2009 |
Resumo(s): | Anaerobic digestion is an already established process but the increasing need of bio‐waste
recovery has determined the emergence of new substrates, revamping the research in this field.
Contrary to some other European countries, in Portugal this technology is still scarcely in use.
Nonetheless, the current legislation endorses this application as a waste management and as an
energy recovery process. The rapid growth of the world population, in the past decades, and the
economical development of several countries resulted in the production of large amounts of
related to food waste and animal manure. These wastes are good substrates for biogas
production.
This dissertation reports several studies that were performed in order to evaluate and optimize
the methane production of organic wastes anaerobic co‐digestion. Emphasis was placed on the
role of fatty wastes in the co‐digestion process. Within this scope, a method is described in order
to extract, indentify and quantify Long Chain Fatty Acids (LCFA), in both the solid and liquid
phase. Moreover, the feasibility of anaerobic digestion of several bio‐wastes that currently are
landfilled is also reported.
The substrates used during these research studies were as follows: (1) simulated food waste
which was made by blending melted pork lard, white cabbage, chicken breast, and potato flakes
to simulate lipids, cellulose, protein, and carbohydrates, respectively; (2) food waste, collected in
restaurant of the University of Minho; (3) cow manure; (4) oily waste collected in a canned fish
processing industry; (5)five wastes from a coffee substitutes production facility and (6) activated
sludge.
It was observed that food waste composition altered the single biomethanation potential, which
implies that anaerobic digestion facilities with large variations in lipids input can have significant
changes in process performance. However, whilst imposing transient fluctuations in the fat
content of food waste co‐digestion with cow manure, the results proved that cow manure/food
waste co‐digestion presents a sufficient buffer capacity to endorse lipids fluctuations, up to
concentrations of 7.7 gCODoil/LReactor (55% OilCOD/TotalCOD), maintaining an efficient overall reactor
performance and stability, when the total chemical oxygen demand (COD) fed was constant. Codigestion
process of cow manure/food waste was improved by addition of oily wastes pulses.
The threshold input of oily waste that enhanced the methane production in this co‐digestion
process was 12 gCODoil/Lreactor, considering the mixture of lipids present in the oily waste added.
This corresponds to a continuous feeding of 10% (Vfood waste/Vmanure) with intermittent oil pulses of
5% (Voil/Vmanure). A pulse feeding of 18 gCODoil/Lreactor induced a persistent process inhibition,
detected by the decrease in pH to a minimum of 6.5 and by an increase in the effluent soluble
COD and volatile fatty acids. Negative linear correlations between the achieved biomethanation
% and the solid‐associated LCFA or palmitic acid (C16:0), allowed to establish threshold values of
180‐220 gCOD‐LCFA/kg TS and 120‐150 gCOD‐C16:0/kg TS, respectively, that should not be
surpassed in order to prevent reactor failure.
Four of the five assayed wastes from coffee substitutes, are feasible to be co‐digested with
activated sludge, instead of landfilled. The coffee substitute solid waste composed of 100%
barley is preferable to be co‐digested with the organic fraction of municipal solid waste.
Although an alkaline pre‐treatment before co‐digestion with activated sludge is also beneficial to
improve methane production, but the cost of this approach should be evaluated. A digestão anaeróbia é um processo já bem estabelecido, mas a necessidade crescente de valorizar bio‐resíduos em alternativa à sua deposição em aterro, tem determinado um crescente interesse pela investigação neste domínio, nomeadamente ao nível do estudo de biodegradabilidade de substratos potenciais. Ao contrário de alguns países europeus, em Portugal esta tecnologia ainda é muito pouco usada. No entanto, a legislação actual prevê a sua implementação tanto como uma aplicação na gestão integrada de resíduos sólidos, como para a produção de energia. O elevado volume de resíduos biodegradáveis agroindústriais, agropecuários e alimentares produzidos, torna‐os interessantes substratos ou co‐substratos para a produção de biogás. Esta dissertação reúne uma série de estudos que foram realizados com o objectivo de avaliar e optimizar a produção de metano na co‐digestão de resíduos orgânicos. Foi dada ênfase ao estudo do efeito que resíduos lipídicos têm no processo de co‐digestão. Neste contexto, é apresentado um método que foi desenvolvido para extrair, identificar e quantificar ácidos gordos de cadeia longa (AGCL) tanto na fase sólida como liquida. Conjuntamente são apresentados estudos de aplicabilidade da digestão anaeróbia a vários bio‐resíduos que são actualmente enviados para aterro. Os substratos utilizados nos ensaios realizados foram: (1) resíduo alimentar simulado constituído por uma mistura de banha de porco, couve branca, peito de galinha e puré de batata, para simular os lípidos, celulose, proteína e os hidratos de carbono, respectivamente; (2) resíduo alimentar, recolhido no restaurante da Universidade do Minho; (3) chorume de vacas; (4) óleo residual de uma indústria conserveira de peixe; (5) cinco resíduos da indústria de processamento dos substitutos de café e (6) lamas activadas. Os resultados mostraram que a composição do resíduo alimentar, quando utilizado como monosubstrato, alterou o potencial da produção de metano, sugerindo que digestores anaeróbios que sofram uma grande variação no conteúdo lipídico na corrente de alimentação de um resíduo facilmente biodegradável como o estudado, possam apresentar alterações na sua performance. No entanto, quando se provocaram flutuações ocasionais de gordura na co‐digestão de chorume de vacaria com resíduos alimentares, os resultados demonstraram que este sistema apresenta uma boa capacidade tampão para suportar flutuações de lípidos, até concentrações de 7.7 gCQOóleo/Lreactor (55% ÓleoCQO/TotalCQO), mantendo a performance e estabilidade dos reactores, quando a carência química de oxigénio (CQO) da alimentação era constante. A produção de metano do processo de co‐digestão de chorume de vacaria/resíduos alimentares foi favorecida pela adição de pulsos de óleo até 12 gCODóleo/Lreactor. Este valor corresponde a uma alimentação contínua de 10% (Vresíduos alimentares/Vchorume) com pulsos intermitentes de 5% (Vóleo/Vchorume). Foi no entanto detectada uma inibição persistente da produção de metano para um pulso de 18 gCODóleo/Lreactor. A diminuição de metano foi acompanhada de uma diminuição do pH para valores mínimos de 6.5 e um aumento da CQO solúvel e ácidos gordos voláteis no efluente. Obtiveram‐se correlações lineares negativas entre a percentagem de bio‐metanização e os AGCL e ácido palmítico (C16:0) associados aos sólidos, que permitiram estabelecer valores limite de 180‐220 gCQO‐AGCL/kg ST e 120‐150 gCQO‐C16:0/kg ST, respectivamente, que não devem ser ultrapassados de forma a prevenir a falha do processo de co‐digestão. Quatro dos cinco resíduos de sucedâneos de café que foram testados mostraram ser passíveis de ser co‐digeridos com lamas activadas. O resíduo composto só por cevada mostrou melhor eficiência quando co‐digerido com resíduos de alimentos. Outra opção para este resíduo, é submetê‐lo a uma pré‐hidrólise alcalina antes do processo de co‐digestão, mas esta opção acarreta custos que devem ser avaliados. |
Tipo: | Tese de doutoramento |
Descrição: | Tese de doutoramento em Engenharia Química e Biológica |
URI: | https://hdl.handle.net/1822/9875 |
Acesso: | Acesso aberto |
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