Adaptação emocional e cognitiva no cancro da mama

Abstract

O diagnóstico de uma doença oncológica, mais especificamente, o cancro da mama está associado a prevalência de depressão e ansiedade nos pacientes. Estes quadros clínicos podem ocorrer em qualquer fase da doença, sendo mais prevalentes no início e no final devido a uma maior sobrecarga sintomática. A trajetória da doença e a quimioterapia (um dos tratamentos mais comuns e temidos pelos pacientes) acarretam implicações ao níveldas funções executivas, nomeadamente, memória de trabalho e flexibilidade cognitiva. Estas alterações cognitivas ocorrem devido a transformações biológicas do curso da doença e a alterações hormonais. Mais concretamente, mulheres submetidas a este tratamento apresentam um declínio cognitivo ao nível da memória de trabalho, atenção, velocidade de processamento e memória verbal e visual, que se mantém após a finalização do tratamento. O Modelo Transacional de Stress e Coping de Lazarus e Folkman permite compreender a adaptação à doença destes pacientes, uma vez que a doença oncológica corresponde a um stressor significativo com repercussões ao nível da qualidade de vida. Assim, e de acordo com os resultados documentados na literatura, as intervenções devem focar-se na ansiedade, depressão e estimulação cognitiva, tanto antes como durante o tratamento de quimioterapia em pacientes com cancro da mama.

The diagnosis of an oncological disease, more specifically, breast cancer is associated with the prevalence of depression and anxiety in patients. These symptoms may occur at any stage of the disease, being more prevalent at the beginning and at the end due to a greater symptomatic burden. The trajectory of the disease and chemotherapy (one of the most common and feared treatments by patients)entail implications at the level of executive functions, namely working memory and shifting. These cognitive changes occur due to biological transformations of the course of the disease and hormonal changes. More specifically, women undergoing this treatment show a cognitive decline in working memory, attention, processing speed and verbal and visual memory, which continues after the end of treatment. Lazarus and Folkman’s Transactional Model of Stress and Coping allows understanding the adaptation to the disease of these patients, since the cancer disease is a significant stressor with repercussions on quality of life. Therefore, and according to the literature, interventions should focus on anxiety, depression and cognitive stimulation both before and during chemotherapy treatment in breast cancer patients.