Movimentos feministas e a assistência sexual: argumentos, confrontos e caminhos de inclusão

Abstract

Desde o início da luta pelos direitos das pessoas com deficiência, a sexualidade não tem sido vista como uma prioridade. Porém, na última década, têm surgido iniciativas que promovem o desenvolvimento de serviços sexuais, orientados para pessoas com deficiências que na Europa são cada vez mais, rotulados como assistência sexual. Este estudo tem como objetivo principal perceber qual é a posição dos movimentos feministas, nomeadamente das suas lideranças, no que se refere à assistência sexual como profissão legalmente reconhecida e enquanto serviço para indivíduos com alguma incapacidade. A metodologia de pesquisa assenta em métodos qualitativos, mais precisamente na aplicação de entrevistas a membros do Movimento Democrático de Mulheres e da União de Mulheres Alternativa e Resposta. Os resultados alcançados permitiram perceber que as entrevistadas estavam conscientes das desigualdades decorrentes da deficiência, principalmente no que concerne ao desenvolvimento da sexualidade. Em termos de alternativas de forma a fazer face a essas desigualdades, apesar de não ser coerente entre todas, a maioria considerou a assistência sexual como uma ferramenta valiosa de auxílio e facilitação. Além disso, sugeriram algumas propostas interessantes para tentar mudar – a longo prazo, passando pela educação sexual –, a mentalidade da sociedade.

Since the beginning of the struggle for the rights of people with disabilities, sexuality has not been seen as a priority. However, in the last decade, initiatives have emerged that promote the development of sexual services, aimed at people with disabilities that in Europe are increasingly labeled as sexual assistance. The main objective of this study is to understand the position of feminist movements, namely their leaders, regarding sexual assistance as a legally recognized profession and as a service for individuals with some disability. The research methodology is based on qualitative methods, more precisely on the application of interviews to members of the Movimento Democrático das Mulheres and the União de Mulheres Alternativa e Resposta. The results achieved allowed us to perceive that the interviewees were aware of the inequalities resulting from disability, especially regarding the development of sexuality. In terms of alternatives to face these inequalities, despite not being consistent among all of them, the majority considered sexual assistance as a valuable aid and facilitation tool. In addition, they suggested some interesting proposals to try to change – in the long term, including sex education – society's mentality.