Efeito de filtros à luz azul no sistema visual

Abstract

Objetivo: Avaliar o impacto do uso de lentes oftálmicas com filtro seletivo à luz azul, na sensibilidade visual ao contraste e na visão das cores. Amostra: Foram recrutados 17 voluntários, dos quais 13 eram do sexo feminino e 4 do sexo masculino, com idades compreendidas entre os 21 e os 29 anos. Métodos: A sensibilidade visual ao contraste foi medida usando o teste Vector Vision CVS1000E e a visão das cores foi medida usando o teste de Farnsworth Munsell 100 Hue Test. Foram utilizados três pares de lentes com características distintas, um par com o anti-reflexo simples e sem filtro à luz azul (lente controlo, Lente 2), outro par de lentes com filtro à luz azul por reflexão (Lente 3) e outro par de lentes com filtro à luz azul incorporado na matriz da lente (Lente 1). Ambos os parâmetros foram avaliados com cada uma das lentes utilizadas neste estudo. A iluminação da sala para os diferentes testes utilizados, foi medida através do luxímetro (Iluminance meter T-10; Konica Minolta Sensing Inc., Japan). Resultados: Para a sensibilidade visual ao contraste, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas na comparação das três lentes testadas, para a frequência 3 ciclos/grau (p = 0, 29), 6 ciclos/grau (p = 0,54), 12 ciclos/grau (p = 0,07) e 18 ciclos/grau (p = 0,31). Em relação à visão das cores, durante a utilização dos diferentes pares de lentes, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas. A pontuação total de erro apresentou um valor p de 0,58, em relação ao índice de confusão e de seletividade, o valor p foi de 0,80 e 0,74, respetivamente. Conclusão: Os resultados obtidos demonstram que a utilização de filtros à luz azul não influência a sensibilidade visual ao contraste nem a visão das cores.

Objective: To evaluate the impact of wearing ophthalmic lenses with selective blue light filter, on visual contrast sensitivity and color vision. Sample: Seventeen volunteers were recruited, of which 13 were female and 4 were male, aged between 21 and 29. Methods: Visual contrast sensitivity was measured using the Vector Vision CVS1000E test and color vision was measured using the Farnsworth Munsell 100 Hue Test. Three pairs of lenses with different characteristics were used, one pair with the simple anti-reflective and no blue light filter (control lens, Lens 2), another pair of lenses with blue light filter by reflection (Lens 3) and another pair of lenses with the blue light filter incorporated into the lens matrix (Lens 1). Both parameters were evaluated with each of the lenses used in this study. The illuminance of the room for the different tests used, was measured using a luxmeter (Iluminance meter T-10; Konica Minolta Sensing Inc., Japan). Results: For visual contrast sensitivity, no statistically significant differences were found when comparing the three lenses tested, for the frequency 3 cycles/degree (p = 0, 29), 6 cycles/degree (p = 0.54), 12 cycles/degree (p = 0.07) and 18 cycles/degree (p = 0.31). Regarding color vision while using the different pairs of lenses, no statistically significant differences were found. The total error score showed a p-value of 0.58, for the confusion index and selectivity index, the p-value was 0.80 and 0.74, respectively. Conclusion: The results obtained show that the use of blue light filters does not influence visual contrast sensitivity or color vision.