Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/1822/70167

TítuloCOVID-19: o mensageiro da nova morte
Autor(es)Gonçalves, Albertino
Palavras-chaveCOVID-19
Pandemia
Data27-Nov-2020
EditoraUMinho Editora
CitaçãoGonçalves, A. (2020). COVID-19: o mensageiro da nova morte. In Martins, M., Rodrigues, E., A Universidade do Minho em tempos de pandemia: Tomo I: Reflexões . UMinho Editora. DOI: https://doi.org/10.21814/uminho.ed.23.5
Resumo(s)[Excerto] Uma epidemia global, abrupta, sem termo. O vírus não se vê, não se ouve, nem se toca, mas apodera-se de nós. Contamina a um ritmo letal de que a vida não tem memória. Apóstolos da ciência, o desconhecimento desarma-nos. A vacina e a cura encobrem-se num nevoeiro sebastiânico. O poder está em estado de alerta e a sociedade em estado de alarme. De um momento para outro, sentimo-nos indefesos. O confinamento cristaliza esta vulnerabilidade. A adesão foi franca. Face ao perigo, encolhemo-nos e recolhemo-nos como caracóis. A pandemia, que mobiliza organizações e instituições nacionais e internacionais, configura uma calamidade pública que exige intervenção coletiva. Tudo é enorme, monstruoso, à medida de um olhar macrossociológico. Mas importa estar atento à pulsação das minudências quotidianas, senão privadas. Importa cultivar um olhar míope, microssociológico. Ver de perto o confinamento do mundo da vida, incluindo a interação, os rituais e as relações pessoais. Não é de menosprezar a ideia, entretanto vulgarizada, de um afrouxamento dos laços sociais. O reverso aponta, com a crise, para um estreitamento dos laços à escala doméstica. Se as ruas estão desertas, as casas estão atestadas. Pior do que a compressão no espaço, é a extensão no tempo. O espaço partilha-se, mais ou menos, como dantes, mas de forma permanente e sem termo certo, o que configura uma experiência inédita. A gente acomoda-se e incomoda-se. Cada membro da família negoceia os seus recantos. A cada um, o seu nicho de intimidade e restauro da identidade. Sucedem-se refúgios individuais e encruzilhadas comuns. Dia após dia, afina-se a sensibilidade à intrusão. É tempo de stress. Desconheço os efeitos deste convívio forçado prolongado. Tanto pode reforçar a coesão e a harmonia, como pode degenerar em conflito e descompensação. Duvido que Zygmunt Bauman (2006) tenha previsto o presente cenário. Um afrouxamento dos laços sociais sistemático e do tamanho do planeta. [...]
TipoCapítulo de livro
URIhttps://hdl.handle.net/1822/70167
e-ISBN978-989-8974-27-3
DOI10.21814/uminho.ed.23.5
Versão da editorahttps://ebooks.uminho.pt/index.php/uminho/catalog/book/25
AcessoAcesso aberto
Aparece nas coleções:CECS - Livros e capítulo de livros / Books and book chapters
UMinho Editora - A Universidade do Minho em tempos de pandemia: Tomo I: (Re)Ações

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