A Matemática do arquiteto André Soares na Capela de Nossa Senhora Aparecida: lembrando-se sempre de unir o cómodo com o Majestoso, regular e agradável...

Abstract

Nas palavras de Vítor Serrão, “André Soares foi autor de algumas das obras mais emblemáticas da arquitetura da Idade Moderna portuguesa” e, no elenco das suas obras, opta por adjetivar somente uma: “a espantosa Capela dos Monges Capela de Nossa Senhora Aparecida), nos Congregados” de Braga. Distante dessa eminência na urbe, o acesso à Capela de Nossa Senhora Aparecida, erigida na segunda metade do século XVIII com desenho de André Soares, faz-se discretamente pelo edifício contíguo à muito aclamada Basílica, não deixando todavia de manifestar rigor e magnificência formais. A geometria que conforma e qualifica espacialmente a construção apresenta-se-nos, em simultâneo, parcimoniosamente usada num desenho de formas elementares e proporções harmoniosas com reconhecido cuidado na expectativa da experiência visual gerada, incorporando princípios da ciência perspética e, por isso mesmo, belas, devidamente confrontadas com algum entusiasmo decorativo. Se num primeiro olhar, a leitura de um pensamento matemático na resolução da obra parece encoberta pela exuberância decorativa, os autores do presente estudo concluíram que o entendimento global da Capela expressa precisamente uma condição indissociável entre as estruturas cognitivas e conceptuais na raiz do desenho do espaço e os distintos níveis da sua conformação, desde a organização à expressão decorativa.