Competências relacionais e participativas do profissional de intervenção precoce: perspetivas de mães e de profissionais da zona norte de Portugal

Abstract

Nos últimos anos, assistiu-se a uma mudança do foco das práticas de IP, de uma centralização na criança para a centralização na família – Práticas Centradas na Família, mudança esta que teve implicações significativas em vários aspetos do apoio e no trabalho desenvolvido pelos profissionais de Intervenção Precoce. Assim, o papel dos profissionais é o de reforçar as competências da família, para que esta se torne mais capaz, autónoma e consciente de todo o seu potencial como agente fundamental e principal na aprendizagem e no desenvolvimento da criança. O presente estudo, intitulado “Competências relacionais e participativas do profissional de Intervenção Precoce: Perspetivas de mães e de profissionais da zona norte de Portugal”, teve como finalidade analisar e compreender, do ponto de vista do profissional e das famílias, o conjunto de competências relacionais e participativas que consideram fundamentais para o apoio na IP. Para esse fim, e de acordo com a metodologia qualitativa, os dados foram recolhidos através de entrevistas semiestruturadas, a 5 profissionais que integram as Equipas Locais de Intervenção da zona norte de Portugal, com formação específica em IP e com pelo menos 2 anos de experiência, e a 5 mães de crianças com necessidades especiais que beneficiem dos serviços de IP, pelo menos há 1 ano. Os resultados globais neste estudo permitem-nos concluir que há uma notória adesão e aplicação significativa das duas componentes das práticas centradas na família (componente relacional e componente participativa) pelos profissionais de IP, não se verificando diferenciação nas perspetivas das mães e dos profissionais relativamente às práticas consideradas ideais e às práticas utilizadas diariamente no apoio às famílias. Conclui-se assim que as práticas centradas na família são hoje, nesta zona de Portugal, um facto efetivo e de qualidade no apoio dos profissionais às famílias na intervenção precoce.

In recent years, there has been a shift in focus of EI practices, from centralization in the child to centralization in the family - Family-Centered Practices, a change that has had significant implications in several aspects of support and work developed by Early Intervention (EI) professionals. Therefore, the role of professionals is to strengthen the family's competences so that the family becomes more capable, autonomous and aware of its full potential as a fundamental and main agent in the learning and child development. The present study, entitled "Relational and participatory skills of the Early Intervention professional: Perspectives of mothers and professionals from the north of Portugal", had the purpose of analyzing and understanding, from the point of view of professionals and families, the set of relational and participatory competences that are considered fundamental for support in EI. To this end, and according to the qualitative methodology, data was collected through semi-structured interviews, to 5 professionals who are part of the Local Intervention Teams of north of Portugal, with specific training in IP and with at least 2 years of experience, and 5 mothers of children with special needs benefiting from EI services, for at least 1 year. The overall results in this study allow us to conclude that there is a notable adherence and significant application of the two components of family-centered practices (relational component and participatory component) by EI professionals, there is no differentiation in the perspectives of mothers and professionals regarding the practices considered ideal and the practices used daily in the support to the families. It is concluded that family-centered practices are now, in this area of Portugal, an effective and quality fact in the support of professionals to families in the early intervention.