Pegada de carbono empresarial: uma aplicação do método MC3 à Domingos da Silva Teixeira SA

Abstract

Este relatório é o produto de um estágio curricular, realizado na Domingos da Silva Teixeira, DST, que teve por objetivo calcular a pegada de carbono da empresa e propor melhorias nas estratégias de redução das emissões de gases com efeito de estufa. As externalidades negativas relacionadas com a queima de combustíveis fósseis provocaram, desde a revolução industrial, o problema das alterações climáticas. Neste contexto, as empresas começam a integrar preocupações ambientais nas suas estratégias de negócio, por forma a serem mais eficientes. Uma ação de grande importância é o cálculo da pegada de carbono, que contabiliza toda a responsabilidade climática da organização. Neste trabalho, após o estabelecimento de uma parceria entre Universidade do Minho e a Research Feel, utilizou-se o Método Composto das Contas Financeiras (MC3) de Juan Luis Doménech, para cálculo da pegada de carbono, compatível com outras metodologias como a ISO 14069. Os resultados obtidos são divididos em emissões diretas do uso de combustíveis fósseis, que correspondem a cerca de 13% da pegada, ou 13 251 tCO2eq.; emissões indiretas provenientes do uso de energia, que respeitam a cerca de 4%, ou 4 456 tCO2eq.; e, por fim, outras emissões indiretas, sendo a grande fatia de 83% representativa da responsabilidade climática da DST, isto é, 88 110 tCO2eq. O terceiro âmbito pode, por vezes, ser encarado como responsabilidade climática dos utilizadores finais dos produtos. No entanto, optou-se pela referência completa dos resultados dado o enquadramento académico deste relatório e, também, porque reflete uma oportunidade para a DST lutar contra as alterações climáticas. A “hereditariedade” da pegada de produtos usados em projetos e serviços de fabricação ou construção da DST pode ser minimizada através do chamado efeito dominó em que a responsabilidade é deslocada para o verdadeiro causador, isto é, a cadeia de abastecimento da DST. Uma política de compras “verdes” é a principal medida que se conclui adotar de forma a reduzir a pegada de carbono da empresa. Outras melhorias indicadas, muitas já em implementação e de menor impacto, incluem a modificação do manual de boas práticas para os colaboradores da DST, uma maior aposta na utilização de energias renováveis e a eventual modificação do parque automóvel. Estas deverão ser aplicadas de forma gradual, promovendo o uso eficiente de todos os recursos, trazendo benefícios significativos a médio prazo, tornando a empresa mais sustentável.

This report is the product of a curricular internship, held at Domingos da Silva Teixeira, DST, which aimed to assess the company's carbon footprint and propose strategic improvements to reduce greenhouse gas emissions. The negative externalities related to the burning of fossil fuels have, since the industrial revolution, caused the problem of climate change. In this context, companies are beginning to integrate environmental concerns into their business strategies in order to become more efficient. One important action is the calculation of the carbon footprint, which accounts for all the climatic responsibility of the organization. In this work, after the establishment of a partnership between University of Minho and Research Feel, Juan Luis Doménech's Compound Method of Financial Accounts (MC3) was used to calculate the carbon footprint, compatible with other methodologies such as ISO 14069. The results obtained are divided into direct emissions from the use of fossil fuels, corresponding to about 13% of the footprint, or 13,251 tCO2eq; indirect emissions from energy use, which account for approximately 4%, or 4,456 tCO2eq; and finally, to other indirect emissions, with the large share of 83% of the climatic responsibility belonging to DST, that is, 88 110 tCO2eq. The third scope can sometimes be seen as the climatic liability of the final users of the products. However, the full reference of the results was chosen given the academic framework of this report and because it reflects an opportunity for DST to fight against climate change. The "inheritance" of the footprint of products used in DST manufacturing or construction projects and services can be minimized through the so-called domino effect in which responsibility is shifted to the true causer, i.e. the DST supply chain. A "green" purchasing policy is thus the main measure that has been found to reduce the company's carbon footprint. Other improvements, many already under implementation and of lesser impact, include the modification of the best practices’ manual for DST employees, a greater focus on the use of renewable energies, and possible alteration of the fleet. These should be applied gradually, promoting the efficient use of all resources, bringing significant benefits in the mid-term, and making the company more sustainable.