A formação académica em Medicina: um estudo exploratório

Abstract

Neste artigo, dá-se a conhecer um estudo sobre o impacto da formação académica de médicos, em Portugal, no que se refere à prática clínica. A metodologia foi de tipo misto, com passagem de inquérito por questionário, semi-estruturado; na análise de resultados utilizou-se análise temática conteúdo e tratamento de dados básicos em SPSS. Os grupos temáticos criados para análise, tratamento e discussão de dados foram ‘Ciências básicas’, ‘Áreas clínicas’, ‘Especialidades’, ‘Saúde pública’, ‘Humanidades em Medicina’ e ‘Outras’; nelas se incluíram áreas/valências/disciplinas e unidades curriculares explicitadas pelos entrevistados. Os resultados apontam para áreas que claramente são consideradas menos importantes face às áreas clínicas (bem como da Medicina interna), nomeadamente as ‘Ciências básicas’. No que respeita a outras áreas, como a de ‘Humanidades em Medicina’, os resultados são contraditórios, dado surgir simultaneamente como uma das áreas com menor influência na prática clínica, bem como a área mais requisitada no que se refere à necessidade formativa. O número de questionários validados para o estudo (124) apenas permite cunhar este estudo de exploratório, pelo que os dados aqui mencionados deverão ser confrontados com outras pesquisas que se venham a realizar, neste âmbito.

The impact of physicians' academic training in clinical practice in Portugal: an exploratory study In this article, we present a study on the impact of doctors' academic training in Portugal in relation to clinical practice. The methodology was mainly, but not exclusively, qualitative, with passage of semi-structured questionnaire survey; in the analysis of results we used thematic content analysis and processing of basic data in SPSS. The thematic groups created for analysis and discussion of treatment data were 'Basic Sciences', 'Clinical Areas', 'Specialties', 'Public health', 'Humanities in Medicine' and 'Others'. These include the areas/themes mentioned by the respondents. The results clearly point to areas that are considered less important with regard to clinical areas (as well as to internal medicine), including 'basic sciences'. With regard to other areas, such as 'Humanities in Medicine', the results are contradictory, since it appears simultaneously as one of the areas with less influence on clinical practice, as well as the area most requested regarding the need for training. The number of validated questionnaires for the study (124) only allows for coining it as an exploratory study; so the data herein should be confronted with other research that should be performed in this context.